Saiba como funciona o Ciclo do HIV na célula humana.
O HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) é um retrovírus que infecta células do sistema imunológico humano, em particular os linfócitos T CD4+. Esse vírus tem um ciclo de replicação complexo que envolve várias etapas, desde a entrada do vírus na célula até a liberação de novas partículas virais.
O ciclo de replicação do HIV começa com a ligação do vírus à superfície da célula hospedeira. O HIV se liga a uma proteína específica na membrana do linfócito T CD4+, chamada CD4. Além disso, o HIV também precisa se ligar a outra proteína na superfície da célula hospedeira, chamada co-receptor, que pode ser CCR5 ou CXCR4, dependendo da cepa do vírus.
Após a ligação, o HIV entra na célula hospedeira através de fusão entre a membrana viral e a membrana celular da célula hospedeira. Esse processo é mediado por uma proteína viral chamada gp41. Uma vez dentro da célula, o HIV libera seu conteúdo viral, incluindo duas moléculas de RNA viral e enzimas virais, como a transcriptase reversa.
A transcriptase reversa é uma enzima viral que permite a transcrição reversa do RNA viral em DNA viral. O DNA viral é então integrado ao DNA da célula hospedeira pelo integrase viral. Esse processo de integração é irreversível e garante que o DNA viral seja replicado sempre que a célula hospedeira se dividir.
Após a integração, o DNA viral é transcrito em RNA viral e, em seguida, traduzido em proteínas virais. Algumas dessas proteínas virais são usadas para montar novas partículas virais, enquanto outras ajudam o vírus a escapar do sistema imunológico humano.
As novas partículas virais são liberadas da célula hospedeira através de brotamento. Durante esse processo, a membrana viral é revestida com proteínas da célula hospedeira, tornando a partícula viral camuflada para evitar a detecção pelo sistema imunológico. As novas partículas virais podem então infectar outras células hospedeiras e o ciclo de replicação do HIV recomeça.
Embora o ciclo de replicação do HIV possa parecer simples, há muitos fatores que afetam a eficácia do vírus em infectar e se replicar dentro de células hospedeiras. Por exemplo, a susceptibilidade do linfócito T CD4+ à infecção pelo HIV depende de vários fatores, como a quantidade de CD4 na superfície da célula e a presença ou ausência do co-receptor CCR5 ou CXCR4.
Além disso, a replicação do HIV pode ser influenciada por mutações no próprio vírus. Por exemplo, a cepa do HIV que usa o co-receptor CXCR4 para entrar nas células hospedeiras é geralmente mais virulenta e progressiva do que a cepa que usa o co-receptor CCR5. Isso ocorre porque a cepa CXCR4 é capaz de infectar células T CD4+ maduras, que são essenciais para a resposta imunológica.